domingo, 30 de setembro de 2012
sábado, 29 de setembro de 2012
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Para refletir
Recuso-me a ser considerada excepcional, deficiente. Não sou. Sou surda. Para mim, a língua de sinais corresponde à minha voz, meus olhos são meus ouvidos. Sinceramente nada me falta. É a sociedade que me torna excepcional...
A gaivota cresceu e voa com suas próprias asas. Olho do mesmo modo com que poderia escutar. Meus olhos são meus ouvidos. Escrevo do mesmo modo que me exprimo por sinais. Minhas mãos são bilíngues. Ofereço-lhes minha diferença. Meu coração não é surdo a nada neste duplo mundo...
Sabia que gritava, mas os gritos nada significavam para minha mãe ou meu pai. Eram, diziam eles, gritos agudos de pássaro do mar, como uma gaivota planando sobre o oceano. Então, apelidaram-me de gaivota." "Mamãe dizia 'ontem'... e eu não entendia onde estava ontem, o que era ontem. Amanhã também. E não podia perguntar-lhe. Sentia-me impotente. Não tinha consciência do tempo que passava. Havia luz do dia, a escuridão da noite, mais nada. Tenho minha imaginação, e ela tem seus barulhos em imagens. Imagino sons em cores. Meu silêncio tem, para mim, cores. Nunca é preto ou branco.
A gaivota cresceu e voa com suas próprias asas. Olho do mesmo modo com que poderia escutar. Meus olhos são meus ouvidos. Escrevo do mesmo modo que me exprimo por sinais. Minhas mãos são bilíngues. Ofereço-lhes minha diferença. Meu coração não é surdo a nada neste duplo mundo...
Sabia que gritava, mas os gritos nada significavam para minha mãe ou meu pai. Eram, diziam eles, gritos agudos de pássaro do mar, como uma gaivota planando sobre o oceano. Então, apelidaram-me de gaivota." "Mamãe dizia 'ontem'... e eu não entendia onde estava ontem, o que era ontem. Amanhã também. E não podia perguntar-lhe. Sentia-me impotente. Não tinha consciência do tempo que passava. Havia luz do dia, a escuridão da noite, mais nada. Tenho minha imaginação, e ela tem seus barulhos em imagens. Imagino sons em cores. Meu silêncio tem, para mim, cores. Nunca é preto ou branco.
(Trechos do livro "O Vôo da Gaivota" Emmanuelle Laborrit - Atriz surda)
Hoje é o Dia Nacional do Surdo, uma data para lembrar conquistas e vitórias . Estou muito ligada à comunidade surda uma vez que sou proprietária de uma empresa que trabalha com cursos online de Libras - Língua Brasileira de Sinais (já tinha falado antes onde trabalho? Não sei, acho que não).
Se você se interessa pelo tema pode me encontrar por aí:
www.megainfo.inf.br
Facebook
Curso Librasnet
terça-feira, 25 de setembro de 2012
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Começando a semana
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Bordar
As imagens estão aí para enfeitar e inspirar.
O mais importante do bordado
É o avesso
É o avesso
O mais importante em mim
É o que eu não conheço
O que eu não conheço
O que de mim aparece
É o que dentro de mim Deus tece
Quando te espero chegar
Eu me enfeito, eu me enfeito
Jogo perfume no ar
Enfeito meu pensamento
Às vezes quando te encontro
Eu mesma não me conheço
Descubro novos limites
Eu perco o endereço
É o segredo do ponto
O rendado do tempo
Como me foi passado o ensinamento
Eu vi aqui, aqui e aqui
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Crochetar
Como é bom contar com a energia positiva de todos que por aqui passam e deixam o seu carinho. Nos últimos dias este blog está sendo feito a quatro mãos porque a Tina envia presentes diários para mim. E foi dela que recebi esta oração da crocheteira. Então, fui atrás de belas imagens para iluminar este dia.
Eu vi aqui, aqui, aqui e aqui
Crocheta o melhor que puder, um ponto de cada vez
Cada ponto é um dia na agulha do tempo
Depois de 12 carreiras de 30 ou 31 pontos
Terás 365 pontos
Em dez anos, cerca de 3650 pontos
Alguns são pelo direito, outros pelo avesso
Há pontos que se perdem
Mas que podemos recuperar
A lã que o bom Deus nos dá
Para crochetar nossa existência, é de todas as cores
Rosa como nossas alegrias
Negra como nossos sofrimentos,
Cinza como nossas dúvidas
Verde como nossas esperanças,
Vermelha como nossos amores
Azul como nossos desejos
Branca como a fé que temos nele
Eu vi aqui, aqui, aqui e aqui
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Começar de novo
"Ela é natural, dizem; é inevitável, sabemos. Mas a gente não entende, não aprende, não se conforma. Porque não se decifra esse enigma. Porque não somos bons alunos nessa dura escola".
Foram meses acompanhando-a de perto. De vez em quando, percebia a chegada da visita fatal. Silenciosa, parecia avaliar. Saber se era chegada a hora. E deixava um presente: um pouco mais de tempo.
E como soubemos aproveitar este presente! Mais conhecimento, mais aprendizado, realizações e alegria por estarmos juntos. Nunca a melancolia, o lamento, raiva ou tristeza.
Agora é "Começar de novo e contar comigo, vai valer a pena ter amanhecido..."
No vira e remexe no Kinder Ovo, achei um tempo para as plantas. Depois de meses de abandono, só sobrou o vasinho do dinheiro em penca (bom sinal?).
Então trouxe novamente as ervas para a minha hortinha da varanda. E flores para a janela da cozinha
Lia Luft
Foram meses acompanhando-a de perto. De vez em quando, percebia a chegada da visita fatal. Silenciosa, parecia avaliar. Saber se era chegada a hora. E deixava um presente: um pouco mais de tempo.
E como soubemos aproveitar este presente! Mais conhecimento, mais aprendizado, realizações e alegria por estarmos juntos. Nunca a melancolia, o lamento, raiva ou tristeza.
Agora é "Começar de novo e contar comigo, vai valer a pena ter amanhecido..."
No vira e remexe no Kinder Ovo, achei um tempo para as plantas. Depois de meses de abandono, só sobrou o vasinho do dinheiro em penca (bom sinal?).
Então trouxe novamente as ervas para a minha hortinha da varanda. E flores para a janela da cozinha
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
Bom dia
Quero agradecer a você pelo carinho e pela capacidade de entender como pode ser difícil um momento como este. Obrigado por me ver melhor do que eu mesmo acredito que sou. Ainda não estou preparada para voltar plenamente e deixo o meu Bom Dia para todas e para mim também porque preciso acreditar em dias felizes. Estou envolvida com a burocracia para finalizar esta etapa e na minha casa estou mudando tudo de lugar para me sentir no lugar. Volto assim que puder.
Eu vi aqui
sexta-feira, 7 de setembro de 2012
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
Helena
Helena Ferreira de Araújo nasceu em São José do Triunfo – Fundão. Lugar simples, com uma igrejinha para as rezas e ladainhas. A escola, onde se aprendia as primeiras letras com uma professora mágica, encantada - a sua mãe. Os vaga lumes iluminavam as noites frias.
Quando completou 18 anos a família transfere a sua residência para Viçosa, onde finalizou os seus estudos e foi trabalhar, como professora, no Patronato Agrícola Arthur Bernardes.
O casamento com Haroldo Alves de Araújo a leva para morar em Muriaé, e então se torna, definitivamente, uma muriaense de coração.
Nesta cidade, trabalhou no Grupo Escolar Desembargador Canedo e no Jardim de Infância Dr. Antonio Canedo. Foi mestre e exerceu exemplarmente a função de educadora e assim contribuiu para a formação de muitos profissionais que hoje trabalham para o crescimento desta cidade.
Mais tarde recebeu o seu maior desafio: administrar a recém inaugurada Escola Maria Augusta Silva Araújo (que foi sua sogra), localizada no Morro da Rádio. A falta de condições materiais da escola pública aguçava a criatividade e a imaginação da diretora Helena, motivando a sua equipe de trabalho para novas conquistas.
Na ciranda da vida, Helena sempre se fez presente, de corpo e de alma. Solidária com todos, na alegria e na tristeza, levando uma palavra amiga, incentivadora, um conselho, um elogio. Foi uma mulher de fé, de coragem, de esperança e de amor ao próximo.
Foi uma amante das artes, das letras e da cultura e encantou a todos com a sensibilidade da sua pintura e a sensatez de seus escritos, que retratavam o seu interior.
Foi a esposa amada e companheira de Haroldo. Juntos, foram exemplo de vida matrimonial e aos seus filhos transmitiram valores e verdades.
Helena foi uma cidadã e disse sim a todos os clamores da sociedade. Como amiga, foi presença.
Helena, a Dona Leninha como carinhosamente era chamada, foi um espelho a ser mirado na busca do bem, da verdade.
Ao partir, deixa gravado o seu nome no cenário desta cidade pois soube, como poucos, aliar a força dos seus ideais à obstinação de sua vontade, a sua sabedoria sem par à largueza imensa do seu coração onde somente tinha espaço para o dar sem troca, o carinho, a bondade e o amor sem limites.
Tive o privilégio de ser sua filha e ao vê-la partir sei que não posso brigar com Deus, mesmo quando tudo parece desabar. Vou chorar, mas não vou lamentar pois Deus me deu uma mãe que me ensinou a caminhar e a voar. Que sempre me abriu os seus braços quando eu senti cansaço. No peito tenho uma dor profunda, mas sei que dei a ela o melhor de mim e ela soube que eu a amei intensamente. Ficam lembranças inesquecíveis.
Assinar:
Postagens (Atom)