segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Da minha aldeia


Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não, do tamanho da minha altura...
Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe
de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos
nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.


Alberto Caeiro (heterônimo de Fernando Pessoa)
Eu vi aqui

6 comentários:

Isa Maria disse...

que lindo. apetece fazer um igual. beijinho.

isabel também aqui
www.tretasnofeminino.blogspot.com

chica disse...

Lindos versos e lindo trabalho! beijos,ótima semana,chica

Tina Bau Couto disse...

Lindos os quadrinhos, lindas as palavras de Fernando Pessoa e mto interessante a reflexão.

Que vejamos além das vistas de nossas janelas, do alto de nossas cidade, que saiamos de nossas cidades para ver outras vistas, que ainda que sentados em uma cadeira com vista para o teto, vejamos além do que o nosso olhar fita.

Olhos de sentir, de imaginar, olhos para o essencial que como diz o pequeno príncipe, é invisível aos olhos.

Te vejo daqui, ainda que de tão longe :)

mollymell disse...

Boa tarde!

Obrigada por nos brindar com versos de FP.

ps.: voce tem skype, ou nao?

Leninha Brandão disse...

Maravilhoso Pessoa!
E eu chegando da minha aldeia, onde se descortina um céu de nos deixar em oração, encontro esta beleza de poema e me deslumbro novamente.

Bjssssss, amiga,
Leninha

Jussara Neves Rezende disse...

Meu poeta preferido e uma imagem que é meu sonho: viajar levando a minha casa! Lindo, Beatriz!
Obrigada pela dica lá no Minas. Vou atualizar o post com o nome do livro e nos futuros já indicarei livro, editora, etc., quando os tiver. Valeu! Leitora atenta é uma bênção! ;D
Abraço,
Jussara