A minha avó dizia-me que quando uma mulher se sentisse triste, o melhor que podia fazer era entrançar o seu cabelo; de modo que a dor ficasse presa no cabelo e não pudesse atingir o resto do corpo.
Havia que ter cuidado para que a tristeza não entrasse nos olhos, porque iria fazer com que chorassem, também não era bom deixar entrar a tristeza nos nossos lábios porque iria forçá-los a dizer coisas que não eram verdadeiras, que também não se metesse nas mãos porque se pode deixar tostar demais o café ou queimar a massa. Porque a tristeza gosta do sabor amargo.
Quando te sintas triste menina- dizia a minha avó- entrança o cabelo, prende a dor na madeixa e deixa escapar o cabelo solto quando o vento do norte sopre com força. O nosso cabelo é uma rede capaz de apanhar tudo, é forte como as raízes do cipreste e suave como a espuma do atole.
Que não te apanhe desprevenida a melancolia minha neta, ainda que tenhas o coração despedaçado ou os ossos frios com alguma ausência. Não deixes que a tristeza entre em ti com o teu cabelo solto, porque ela irá fluir em cascata através dos canais que a lua traçou no teu corpo. Trança a tua tristeza, dizia. Trança sempre a tua tristeza.
E na manhã ao acordar com o canto do pássaro, ele encontrará a tristeza pálida e desvanecida entre o trançar dos teus cabelos…"
Quando te sintas triste menina- dizia a minha avó- entrança o cabelo, prende a dor na madeixa e deixa escapar o cabelo solto quando o vento do norte sopre com força. O nosso cabelo é uma rede capaz de apanhar tudo, é forte como as raízes do cipreste e suave como a espuma do atole.
Que não te apanhe desprevenida a melancolia minha neta, ainda que tenhas o coração despedaçado ou os ossos frios com alguma ausência. Não deixes que a tristeza entre em ti com o teu cabelo solto, porque ela irá fluir em cascata através dos canais que a lua traçou no teu corpo. Trança a tua tristeza, dizia. Trança sempre a tua tristeza.
E na manhã ao acordar com o canto do pássaro, ele encontrará a tristeza pálida e desvanecida entre o trançar dos teus cabelos…"
O texto eu apanhei aqui
11 comentários:
Que texto lindo e não deixemos a tristeza em nós ficar! Belo conselho! bjs, chica
Sabe, Beatriz, eu amei esse conto! Gosto muito disso: o saber da cultura popular com seus costumes, tradições, sempre cheia de contos e lendas bacanas! Obrigada por partilhar!
Que lindo!
Muito bom!!! Bj
Adorei
Adoro trançar os cabelos
E adoro ensinamentos de vós e vôs
Que texto bacana!
Beijo e boa semana!
querendoserblogueira.blogspot.com.br
Quanta sabedoria neste conto!
Lindo e obrigada por compartilhar!
Beijo.
Adorei!!!!
A tristeza qdo quer entrar faz de tudo, e se entra tb não quer sair.
bjokas =)
Quanta delicadeza e verdade! Amei o texto!
Beijos,
Rosa
Le Paquet
Estou aqui já há um bom tempo lendo esse texto, pura poesia.
Obrigada minha querida, eu que deveria estar oferecendo a você um ombro amigo, e no entanto é você que me dá forças... hoje seria aniversário de Maria Olímpia, e ler esse texto, oferecido por você, logo pela manhã, é um presente. Obrigada.
Coincidência ou não, quando estou triste e sem saber o que fazer, a primeira coisa que faço é pentear meu cabelo, quando ele era longo trançava... O bordado e o texto junto forma um conjunto tão terno e na minha opinião são cheios de verdade, é melhor não deixar a tristeza se propagar corpo a fora, ninguém sabe o que ela pode nos levar a fazer!
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