segunda-feira, 14 de abril de 2014

Um domingo azul




Há anos atrás assisti a uma palestra feita pelo diretor de marketing de uma grande empresa. Ele dizia que o seu objetivo era que os consumidores estabelecessem com a sua marca uma relação de paixão como a que existe entre um time e o torcedor.

E para exemplificar como esta paixão era grande afirmou “durante a nossa vida mudamos várias vezes de fornecedores, marcas de carro ou de geladeira, mudamos o nosso paladar e rejeitamos sabores e adquirimos novas preferências. Trocamos até de parceiros. Mas a paixão pelo seu time é eterna. Ele pode perder e até mesmo cair para a 2ª divisão e o torcedor continua fiel. Portanto, busquem sempre despertar esta mesma paixão”. 

Confesso que resisti um tempo e fui contaminada pelo marido. Na verdade, nunca entendi direito porque um acontecimento que dura somente 90 minutos é relembrado anos depois, com riquezas de detalhes. Já se passaram 20 ou 30 anos e o nome dos jogadores, as faltas e erros do juiz, a alegria da vitória ainda é cantada em prosa e verso. Conseguem rever os mesmos lances e gols pela milésima vez.

Ontem foi um dia especial para a torcida azul de Minas Gerais. A maratona para acompanhar a minha paixão começou bem cedo, no jogo do time de vôlei e o primeiro título do dia estava garantido. Depois, foi gritar, vibrar e torcer por mais um título no futebol.

Quando vou ao campo eu fico observando os que estão à minha volta. A timidez e ansiedade de quem está no estádio pela primeira vez. Crianças que carregam a bandeira do clube como se fosse um manto sagrado. Não importa a idade, raça ou credo, todos estão unidos no mesmo objetivo. Todos conhecem as letras das músicas que incentivam o time. A coreografia parece ensaiada. Os palavrões, que a minha mãe nunca ensinou e sempre proibiu, saem com facilidade e naturalidade.

Irritar a torcida rival faz subir o nível de adrenalina na corrente sanguínea. Tem problema não porque na dose certa ela controla a frequência cardíaca e a pressão arterial. Além disto, provoca a queima de gordura nas células adiposas.

Eu sei que futebol não é questão de vida ou morte. Em nome dele já fizeram muitas obras desnecessárias. Mas sair de um estádio com a faixa de campeão é uma paixão que não tem preço.

4 comentários:

Maria disse...

Cá por casa o único verdadeiro fã é o meu filhote!
Bjs
Maria

chica disse...

Aqui a torcida é vermelha, do Inter! Eu não, mas os guris...bjs,chica

Tina Bau Couto disse...

Entendo!
E sinto sem ir ao estadio a emoção, a paixão
Ñ tem explicação ou comparação
:)
Meu time perdeu mas vibrei pelo Flamengo, por Chica e sua trupe pelo Inter e por vc, Sr Kinder e Bernardo pelo Cruzeiro \o/

Ana Paula disse...

Acho que contagia mesmo...

Marido afirma que eu não reconheceria meu filho no estádio. "tudo o que eu nunca ensinei e sempre proibí, sai com tanta facilidade e naturalidade!"